sambluesoul: dezembro 2007

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Blues

A desesperança recente e póstuma

Morte azul

Anil órfão e desamparado

Certeza de ingênuo encurralado

Morte esmagando o sul.

Hoje, faleceu um gênio do jazz, o grande pianista Oscar Peterson. Mais um passa para o lado de lá. A Jam no céu deve estar animada, e nós aqui estamos mais tristes. Longa vida ao Jazz.

Abraços jazzísticos a todos

Estéfani

sábado, 22 de dezembro de 2007

Homenagem ao Grande Homem do Funk, a realeza do groove, ao pai do ritmo, ao papa do swing James Brown (1933-2006)

Uma balada clássica, no teatro que o consagrou, Apollo, no Harlem, entre os irmãos. Esse show clássico de 1968 foi bancado com a grana dele, do seu próprio bolso, prova do quanto ele sabia que seria o que foi: um gênio da música.

Descanse em festa, Mestre James Brown

Ouçam o disco todo, um clássico atemporal

Abraços a todos

Estéfani

Rock: poderoso, atual e clássico

Black Keys é um dos melhores exemplos de banda que, com uma forma simples, faz um rock que pouco deve ao melhor do gênero: Cream, Rory (Taste), Led, Hendrix, Deep Purple, entre felizmente tantos outros deuses desse som que nos desconcerta há mais de 50 anos. Graças a(os) deus(es) do Rock.

Abraços

Estéfani Martins

Para quem ainda não sabe o que é o Blues, didático e verdadeiro

O mestre Howlin Wolf, numa aula sobre o Blues.

"O Blues não é nada além de um bom homem se sentindo mal." Robert Johnson

Abraços

Estéfani Martins

O clássico "Take five" do mestre Dave Brubeck

Jazz na melhor forma, ou seja, acessível, generoso e colossal.

"Jazz é o embate eterno entre o homem e qualquer limite. O caminho? A harmonia disfarçada de caos." VS

Um abraço jazzístico em todos

Estéfani

Dois gênios e um dos momentos mais preciosos da arte de todos os tempos

Palavras são pouco, são insatisfatórias. Ouça com o coração e a cabeça.

Abraços a todos

Estéfani Martins

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Lamento

Para Chico Science

Feito um afro-samba

embolo

a perda que veio e me atropelou.

Lamento o sangue daqueles que nos quiseram acordar

Sou aquele que não tem nome

Sou poeta feito de silêncios

de pausas

de interrogações

tão necessárias...

Tão...

Raras

Falsas

pois

poeta

não se cala

poeta

escarra na cara

da multidão

Um poema

feito uma sentença de morte

Uma morte

Uma ceia

Desse deus que leva ontem quem não podia ir hoje

e deixa para amanhã, quem hoje já apodreceu

vivo

talvez como um Chico duma dessas paragens

Dum desses recifes

Salve! Salve! Salve o solto e o virado

Duma dessas construções

castelo de ar onde o mar poético habita

Dumas dessas sensações

de gozo rebatizado no mangue

Que nos persegue

Até nos reencontrarmos...

Adestramento musical

Ao querido Tio Gebardo

Conheceu um gaitista outro dia. Ele realizou um sonho dele. Deu-lhe uma gaita intocada, imaculada na sua vocação de objeto, todavia tentada e lasciva por um sonho de ser instrumento. Tocou-a por anos. Nunca conseguiu tocar como seu bem feitor. Por fim, consternado, achou que as gaitas dele eram adestradas. Desistiu de tudo. Entrou no seminário. Feliz, foi tocar o sino da Igreja.

Jam

Era meio dia. Um garoto chamou os amigos para fazerem um som em casa. Nessa hora elíptica, não há jazz que suporte as luzes e a sobriedade dos almoços em família. Cada um dos garotos deu-se bem na vida: um foi médico; o outro, paciente; um terceiro virou radialista e o derradeiro tornou-se DJ, para poder tocar sozinho(,) um conjunto.

Samblues, negritudes e escritos

Eu sou Estéfani Martins, eventual e poeticamente também atendo como Vitório Sá (VS). Sambluesoul continua sem periodicidade, sem compromisso e sem nenhuma responsabilidade hipócrita sobre o universo amplo, vertiginoso e controverso do mundo da arte, das deliciosas futilidades de botequim e dos confins da vida. De toda forma, entre...poste seus comentários...ouça...indigne-se.
Como diria, um filósofo fincado na lama, Jorge du Peixe,o que importa é que vocês "Pilotem suas próprias cabeças.". Abraços desarmônicos.

Estéfani, ouvindo Vozes negras.

Para resumir, Sambluesoul:

Noite clara, um sambista sai devagar do buteco iluminado pelos postes cabisbaixos da Lapa e topa um demônio. Passista...ele ginga feito o capoeira. Escapa da sua sina de condenado, mas não do blues. Não sendo mais forte que o samba, rivalizam sem vencedor. Salvo, os ouvidos que saem vitoriosos dessa batalha de irmãos separados ainda no ventre da mãe África. (VS)

Ouvidosnegros

Billie Holiday, diva imaterial e imemorial do jazz, da música negra, dos desgraçados , confira "Strange fruit", definitiva.
Cordel do Fogo Encantado, desde a Nação não ouvia nada tão bacana e acachapante, é algo inominável e inclassificável, por isso, único e autoral.
Criolo, um rapper para além do RAP, para além dos clichês e preconceitos. "Nó na orelha" é um dos grandes discos desses primeiros tempos da música brasileira do século XXI.
Flora Purim, diva maior, com todas as letras possíveis, do jazz ao samba, pouquíssimo conhecida no Brasil, mas, como consolo, incontestável para milhões de admiradores.
Moda de rock, dois grandes violeiros aproximando universos que só o Brasil de "Roots" do Sepultura poderia permitir.
Nação Zumbi, banda emblemática brasileira desde os idos da década de 90 com o saudoso mestre Chico Science e, apesar da perda colossal, continuam dignos e criativos da herança secular e da parabólica cotidiana que carregam. Tudo bem....sou fã, mas somos milhares...
Robert Johnson, bluesman fundamental de poucas e viscerais músicas e de curta vida.
Rory Galagher, guitarrista irlandês genial que cospe uma música azul e desesperada. Blues digno dos grandes mestres. Salve Leadbelly, Son House e Robert Johnson.
The Black Keys, a banda mais negra das brancas que fazem reverência ao velho e sujo Blues Rock a la Canned Heat. Som visceral e raro.
Tim Maia, apesar da obra primorosa e do primeiro disco inesquecível, muito além dessas preciosidades está "Tim Maia Racional Vol. I e II", pérola negra e esquiva da música brasileira, cheia de swing e balanço universais, versos fortes, "doidos" e vazios - genial.

Imagensãs

Invasões bárbaras_nunca a decadência e a morte foram tomadas tão poéticas, humanas edignas em um filme. Assista, filme para pensar menos e sentir mais.
Um estranho no ninho_filme obrigatório sobre desajustamento e barbárie, não dos bárbaros, mas dos civilizados. A metáfora da sociedade como uma máquina nunca foi tão apropriada. Ai de quem não seja uma engrenagem....
Adaptação_ficção da ficção da ficção. Pronto. Está dito.
O invasor_soco cinematográfico. Cinema em todas as dimensões além de problemas porventura técnicos e outras frescuras críticas.

Livrópio

Todo DJ já sambou um dia, por Cláudia Assef_obra fundamental para se entender a cultura "eletrônica" no Brasil, a autora foi afetuosamente fundo na história desse movimento e dessa ocupação, que hoje é, com mérito, uma das principais forças de renovação e de reinvenção da música brasileira.
O grande mentecapto, por Fernando Sabino_um dos livros da minha vida, obra simples que esconde a beleza do destacamento, do diferenciamento dessa mesmimce de corpos e idéias que está epidemicamente por aí. um clássico de inocência e subversão.
A colônia penal, por Franz Kafka_obra perturbadora sobre como, mesmo o mais terrível, pode suprimir o humano que há em nós, para por no lugar um pragmatismo que vê os processos como fins em si mesmos, especialmente quando a tortura e a pena de morte passam a ser cultuadas, obra prima.