segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Lamento

Para Chico Science

Feito um afro-samba
embolo
a perda que veio e me atropelou.
Lamento o sangue daqueles que nos quiseram acordar
Sou aquele que não tem nome
Sou poeta feito de silêncios
de pausas
de interrogações
tão necessárias...
Tão...
Raras
Falsas
pois
poeta
não se cala
poeta
escarra na cara
da multidão
Um poema
feito uma sentença de morte
Uma morte
Uma ceia
Desse deus que leva ontem quem não podia ir hoje
e deixa para amanhã, quem hoje apodreceu
vivo
talvez como um Chico duma dessas paragens
Dum desses recifes
Salve! Salve! Salve o solto e o virado
Duma dessas construções
castelo de ar onde o mar poético habita
Dumas dessas sensações
de gozo rebatizado no mangue
Que nos persegue
Até nos reencontrarmos...

VS

Um comentário:

nilo ayer disse...

ô professor, tudo na paz? quanto tempo, né? me permiti um período sem internet...
muito bom o blog, não conhecia.

comecei esse novo, depois dá uma olhadinha.

como estão as coisas? e a vida de papai?

forte abraço,

nilo.