domingo, 11 de junho de 2017

Dia dos namorados

“A tristeza me recobre
E mando a cerveja goela abaixo
Peço uma bebida forte
Rápido
Para adquirir a garra e o amor de
Continuar!” 
(Charles Bukowski)

Era uma vez, um tempo em que inventaram um dia para celebrar o amor por meio de presentes. Os comerciantes amaram desde o primeiro momento o invento. Os donos de restaurantes regozijaram-se em êxtase feito de amor. Os motéis abriram os seus corações para o amor como um Taj Mahal rodoviário. As lojas de perfume jorravam cataratas de fragrâncias feitas de um amor inebriante... Já passava das 20h, ele esperava ansioso pela namorada dentro do carro que não respondia à mensagem enviada pelo celular. Dez minutos depois, o pai da namorada sai com a serenidade daqueles que dão por certo o cadafalso. O rosto na janela parecia distante. Sabe, não sei como dizer isso, mas minha filha não quer mais namorar você. Mas logo hoje, onde consigo uma namorada hora dessas? Silêncio consternado. Som de motor já vai longe e apressado. Não há tempo a perder.

VS

Nenhum comentário: