quarta-feira, 25 de julho de 2007

Homenagem aos amigos 'negros'

O mundo não é só do Blues e do Jazz. Essa constatação tão óbvia só aprendi há alguns anos, quanto tempo sem ouvir Cartola, João Nogueira, Clementina, Clara Nunes, Noite Ilustrada, Carlos Cachaça, Pixinguinha, Candeia, Jovelina, Batatinha, Aniceto, Originais, todas as Velhas Guardas, Sinhô e tantos mais que tenho tido o prazer de ouvir graças aos muitos amigos e amigas responsáveis por me fazer "olhar para dentro" e ver, finalmente e sem me cegar para as minhas mais antigas paixões, aliás...complementando-as, a riqueza e a beleza indelével do Samba e de seus pais, além, evidentemente, de suas valiosas vertentes: o sambalanço, o samba rock, o samba jazz, etc. Muito obrigado amigos, por terem me guiado nos primeiros passos incertos de ouvinte sambista dedicado.

Obrigado aos mestres Rogérão e Flávio Melazzo pelas aulas dadas nos encontros mágicos e únicos dos Engenheiros do Samba, nos quais aprendi a quase enganar as pessoas com a minha pretensiosa paixão pelo tamborim(peço perdão ao mestre Walter Alfaiate pela blasfêmia). Obrigado especial ao mestre Antônio Sacco, pelas conversas móveis sobre o samba e seus deuses, aprendi muito e estudo para poder ajudar como você ajudou-me(Salve Sinhô!). Um obrigado também a amiga e tia Valéria, pelas valiosas aulas de sensibilidade para as “coisas” brasileiras e sobre o universo folclórico da música nacional. Um agradecimento coletivo à musical família Melazzo, que nos pagodes na casa do grão mestre Dozinho fizeram sempre o que melhor sabem – tocar apaixonadamente e com honestidade estética - sem concessões ao fácil e ao vulgar.

Num ritmo mais cadenciado de samba-canção, agradeço a minha amada esposa Camila por ser também do samba e dos pagodes, por ajudar a fazer, cada vez mais, a nossa casa um espaço aberto aos tantos amigos amantes da música que em nossa sala passam muitas noites ouvindo os cantos negros de outros tempos e bebendo em sua homenagem.

Finalmente, um agradecimento ao meu pai Carlos Alberto Martins, o “Carlão”, figura eclética e apaixonante que me abriu, de forma generosa e não autoritária, as comportas desse rio que é a música ao som dos sambas da infância e das conversas sobre jazz e música instrumental brasileira na adolescência. Aqui, o reverencio como mestre entre os mestres, porque sem ele não poderia ter entendido o que estaria por vir e o que ainda virá...

Dedico este texto, numa última nota, ainda que triste, para o amigo, que não me conhece, Rodrigo Brandão do programa Vitrola Invisível, no site do selo Instituto, que acabou de perder a filha Tereza e que muito tem me ensinado nestes últimos tempos sobre a santa e profana música negra. Caro “amigo”, muita força e paz para você.

Estéfani Martins, ouvindo o programa “Adeus Teresa... John Coltrane, A Love Supreme”

Junho de 2005

1. John Coltrane - "Part 1 - Aknowledgement"

2. John Coltrane - "Part 2 - Resolution"

3. John Coltrane - "Part 3 - Pursuance"

4. John Coltrane - "Part 4 - Psalm"

http://www2.uol.com.br/instituto/vitrola_110.htm

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