Num samba desses que fui quando era mais livre e mais esbelto, percebi que uma mulher entre tantas me olhava. Entre os batuques, meu coração disparava. O dela, daqui, parecia calmo como um tufão que espera para destruir algo. Ela me convida para dançar, ela, ela, sempre ela. Não há nada para mim. Há só ela e mais nada. Sou um figurante. Nada mais. No palco da vida, como sempre, estava num canto-coxia-esconderijo, solitário, mais do que isso, isolado. Eu, casmurro e sozinho. Ela, plena e livre, começou - ainda bem - a olhar para outro.
VS
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